– Que
le pasa, amigo? Sientese por favor. Todavia no se acabo el baile – falou
Cristóvão, com o parco castelhano aprendido naquele pouco tempo que estava na
Colônia.
Ato contínuo, vira-se para o taverneiro e
grita:
– "Ô
Manel, traga-me lá uma bola de queijo fresco e um bom naco de marmelada para
que leve dom Cipión uma doce recordação do nosso encontro."
Esse "dom" era Cipión Camacho,
famigerado facínora que volta e meia vinha a Sacramento com seu bando e
aterrorizava a vila com suas inúmeras tropelias, a tal ponto que o simples
boato de que ele rondava as muralhas da Colônia já provocava verdadeiro pânico
no povo, que tratava de trancar sua portas e janelas e esconder muito bem suas
filhas donzelas. A guarnição se punha de prontidão, e as beatas corriam para a igreja
para rezar e acender velas aos santos.
E por que as autoridades suportavam isso
sem tomar providências mais enérgicas? Acontece que Cipión Camacho trazia
couros e outros artigos que os comerciantes não se atreviam a rejeitar porque
valiam seu peso em prata. E o dinheiro sempre fala mais alto.
Até Cristóvão, dessa vez, tinha se
interessado por uma partilha de couros do sacripanta, e depois de vistoriar a
carga, negociar e barganhar, acabou fechando o negócio. Terminada a negociação,
Cristóvão virou-se para ir embora, quando Cipión lhe segura pelo braço e com um
sorrisinho cretino lhe diz:
– "No
se vá todavia, paisano. Le invito a pagar el almuerzo, a mi e a mis hombres.
Por su cuenta, claro."
Gostou do texto?
Quer saber o que aconteceu depois?
Compre o livro Meu Violino Vermelho
na versão que mais lhe agrada
<-- nos botões ao lado -->
Nenhum comentário:
Postar um comentário